domingo, outubro 25, 2009

Vivas ao Papa da Unidade dos Cristãos

Vivas a Bento XVI

quarta-feira, setembro 23, 2009

Denuncia de Irregularidades nas Missas de Dourados

Excelentíssimo e Reverendíssimo Dom Redovino Rizzardo,
Com diversas cópias.

Há pouco mais de 2 anos li seu artigo, "De novo a missa em Latim?", que teve amplo alcance na internet. Este artigo causou a mim, que sou um "fiel ligado a movimentos tradicionalistas com problemas de consciência em participar de celebrações eucarísticas mais vivas e espontâneas, como se começou a fazer a partir do Concílio Vaticano II" como V.E.R. nos descreve no artigo, um grande desconforto, pois, sendo um dos primeiros bispos a manifestar-se publicamente sobre o M.P. Summorum Pontificum, o artigo dava o tom para os demais bispos, não apenas do Brasil. Isto despertou minha atenção sobre a sua pessoa e também sobre a sua diocese, os quais venho acompanhando através da internet.

Neste interesse, li vários de seus artigos, até deparar-me com um que se referia novamente à missa segundo seu rito extraordinário: "Missa nordestina, gaúcha e romana", onde V.E.R. defende não apenas a inculturação mas as missas encenadas, fabricadas ou missas teatrais, como o caso das missas nordestina e gaúcha. Tomei conhecimento de uma carta aberta onde este mesmo artigo era questionado, infelizmente não encontrei resposta sua a esta carta.

Agora, recentemente encontrei um site de sua diocese, de uma fundação chamada Terceiro Milênio, nele pude acompanhar vários acontecimentos que demonstram o resultado direto do apoio a estas celebrações teatrais, onde se abandonam as normas para ganhar em popularidade, resultado que vou listar detalhadamente, com negritos e sublinhados meus:

1º - Os Vasos Sagrados

Instrução Redemptionis Sacramentum [117]: Os vasos sagrados, que estão destinados a receber o Corpo e a Sangue do Senhor, devem-se ser fabricados, estritamente, conforme as normas da tradição e dos livros litúrgicos.[205] As Conferências de Bispos tenham capacidade de decidir, com a aprovação da Sé apostólica, se é oportuno que os vasos sagrados também sejam elaborados com outros materiais sólidos. Sem dúvida, requer-se estritamente que este material, de acordo com a comum valorização de cada região, seja verdadeiramente nobre, de maneira que, com seu uso, tribute-se honra ao Senhor e se evite absolutamente o perigo de enfraquecer, aos olhos dos fiéis, a doutrina da presença real de Cristo nas espécies eucarísticas. Portanto, reprove-se qualquer uso, para a celebração da Missa, de vasos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros vasos de cristal, argila, porcelana e outros materiais que se quebram facilmente. Isto vale também para os metais e outros materiais, que se corroem (oxidam) facilmente.




Cálice de Vidro ou cristal
Maracaju – Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Pe. Flávio Alencar

Fonte: http://www.terceiromilenio.org/album.php?album=evento213



Vasos de plástico ou argila - Dourados
Paróquia São Carlos – Missa Caipira – Pe. Junior César Caetano

Fonte: http://www.terceiromilenio.org/album.php?album=evento215



Não bastasse os vasos de vidro ou cristal
Dourados – Praça Paraguaia – Pe. Teodoro Benites

Fonte: http://www.terceiromilenio.org/album.php?album=evento339



Cálice feito com uma pata de boi
Dourados – CTG - Missa Crioula – Pe. Duvilío Antonini

Fonte: http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=263530

2º As Vestes Litúrgicas

Instrução Redemptionis Sacramentum [121-128]: "... estas «vestes devem contribuir ao decoro da mesma ação sagrada»., ... «A vestimenta própria do sacerdote celebrante, na Missa e em outras ações sagradas que diretamente se relacionam com ela, é a casula ou planeta, caso não se indique outra coisa, vestida sobre a alva e a estola»..., .... Seja reprovado o abuso de que os sagrados ministros realizem a santa Missa, inclusive com a participação de só um assistente, sem usar as vestes sagradas ou só com a estola sobre a roupa monástica, ou o hábito comum dos religiosos, ou a roupa comum..., ... Os Ordinários cuidem de que este tipo de abusos sejam corrigidos rapidamente...., é impróprio estendê-las[as concessões] às inovações, para que assim não se percam os costumes transmitidos e o sentido de que estas normas da tradição não sofram menosprezo, pelo uso de formas e cores de acordo com a inclinação de cada um. Quando seja um dia festivo, os ornamentos sagrados de cor dourado ou prateado podem substituir os de outras cores, exceto os de cor preta.


Estolas de pano de cozinha - Dourados
Paróquia São Carlos – Missa Caipira – Pe. Junior César Caetano

Fonte: http://www.terceiromilenio.org/album.php?album=evento215


No lugar da estola uma faixa de cingir a cintura
Dourados – Praça Paraguaia – Pe. Teodoro Benites

Fonte: http://www.terceiromilenio.org/album.php?album=evento339


Em lugar da estola um lenço, em lugar da casula um poncho
Dourados – CTG - Missa Crioula – Pe. Duvilío Antonini

Fonte: http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=263530

3º Dos Locais

Instrução Redemptionis Sacramentum [108]: «A celebração eucarística se tem de fazer em lugar sagrado, a não ser que, em um caso particular, a necessidade exija outra coisa; neste caso, a celebração deve se realizar em um lugar digno». Da necessidade do caso julgará, habitualmente, o Bispo diocesano para sua diocese.

Veja Dom Redovino, que as imagens acima demonstram várias destas missas celebradas em locais inadequados, segundo a oportunidade, e não a necessidade. Ou ocorrem desobedecendo a instrução e ao Código de Direito Canonico, ou então com a anuência de S.E.R., o bispo Diocesano.

4º Das Ceias e Festas

Instrução Redemptionis Sacramentum [77]: A celebração da santa Missa, de nenhum modo, pode ser inserida como parte integrante de uma ceia comum, nem se unir com qualquer tipo de banquete. Não se celebre a Missa, a não ser por grave necessidade, sobre uma mesa de refeição, ou num refeitório, ou num lugar que será utilizado para uma festa, nem em qualquer sala onde hajam alimentos, nem os participantes na Missa se sentem à mesa, durante a celebração. Se, por uma grave necessidade, deva-se celebrar a Missa no mesmo lugar onde depois será a refeição, deve-se mediar um espaço suficiente de tempo entre a conclusão da Missa e o início da refeição, sem que se exibam aos fiéis, durante a celebração da Missa, alimentos ordinários.


Há no altar pão comum, um pote plástico, e um vidro de Remédio
Dourados – CTG - Missa Crioula – Pe. Duvilío Antonini
Fonte: http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=263530


Biscoitos e tereré
Dourados – Praça Paraguaia – Pe. Teodoro Benites

Fonte: http://www.terceiromilenio.org/album.php?album=evento339


Gostaria de perguntar a V.E.R., se não se deve exibir durante a celebração alimentos ordinários, o que está tentando ensinar ao povo Pe. Teodoro Benites na imagem acima?


E à propósito da imagem acima, o que pensará o povo vendo esta "concelebração"?

Caro Dom Redovino Rizzardo, pelo pouco que pude observar posso afirmar que não é um caso isolado de desobediência, não está restrito a uma paróquia, nem mesmo a uma cidade, pelo contrário, apesar de alguns sacerdotes estarem presentes em todos os itens aqui citados, a desobediência as normas litúrgicas ocorrem normalmente e amplamente em sua diocese.

Aparentemente estas ocorrências multiplicaram-se após sua anuência as missas teatrais. Digo teatrais, porque tenho certeza que nenhuma destas missas alegóricas fez parte do costume ou da tradição de nenhum dos povos por elas referidos, sejam os gaúchos, os paraguaios ou os nordestinos.

Venho lembrar-lhe que ao bispo cabe o múnus de ensinar, santificar e governar, e com pesar lhe digo, daqui de longe sua diocese demonstra que não conhece as normas litúrgicas ou não dá a elas nenhuma importância, não posso ver em tantos sacrilégios santificação alguma, parece, daqui de onde vejo, que sua diocese está desgovernada, onde cada um faz o que lhe dá na telha.

Resta saber se esta aparência representa a verdade ou ocorre a vossa revelia, e isto saberemos brevemente, pois agora que tenho certeza que V.E.R. tomou conhecimento dos abusos, suas ações demonstrarão sua posição real frente aos mesmos.

Despeço-me rogando a V.E.R. uma imediata intervenção para que cessem os abusos e sacrilégios,

Na Festa de São Lino, em 23 de Setembro de 2009
Fernando M. Azevedo

quinta-feira, abril 02, 2009

Introibo ad altare Dei

Fonte: http://januacoeli.wordpress.com/2009/04/02/introibo-ad-altare-dei/

missa-pos-guerra

Não sei exatamente onde e quando foi tirada esta foto; talvez seja até muito famosa e eu não a conheça. O amigo que me enviou, disse-me que foi uma missa celebrada em uma igreja destruída na Segunda Guerra Mundial, logo após o fim da guerra. Gosto sobremaneira dela: dá pra ver os escombros e, mesmo assim, quase dá para sentir o quanto as pessoas estão compenetradas no serviço litúrgico. O templo está em ruínas; mas a Santa Missa é celebrada com toda a dignidade, como se estivesse sendo celebrada na mais imponente igreja da Europa. O templo está destruído, mas a Fé está viva: a Fé sobreviveu à Guerra, sobreviveu aos bombardeios, sobreviveu à destruição. Após o fim da Guerra, volta-se a celebrar a Santa Missa; o sacerdote mais uma vez se paramenta, os assistentes mais uma vez se preparam, os degraus do altar são mais uma vez subidos, o Sacrifício de Cristo mais uma vez se faz presente.

E gosto de olhar para esta foto e pensar que… Deus não nos abandona jamais. O templo físico pode estar destruído, mas basta um sacerdote para que, lá, aconteça o maior milagre da Graça, para que Deus Se faça real e substancialmente presente. Mesmo em meio aos escombros. Mesmo quando tudo está destruído, é possível subir ao altar de Deus, que é a nossa alegria - introibo ad altare Dei / ad Deum qui laetificat iuventutem meam. Mesmo em meio ao pó e às ruínas, é possível cantar os louvores do Altíssimo - confitebor tibi in cithara, Deus, Deus meus. Mesmo quando não temos mais nada, é-nos possível esperar em Deus - spera in Deo, quoniam adhuc confitebor illi.

E, ao mesmo tempo, é triste olhar para esta foto e imaginar que, se fosse nos dias de hoje… quem iria oferecer a Santa Missa nestas condições? Em uma igreja em ruínas, após a guerra, sem luz elétrica, [aparentemente] sem povo… em quantas almas católicas encontraríamos hoje o zelo pelas coisas de Deus demonstrado por estes cinco homens numa fotografia em branco e preto? E, no entanto, isto é tão importante, pois é para isso que os sacerdotes são ordenados…!

Nos escombros de uma igreja, sozinho, o sacerdote se mantém firme porque sabe que está diante de Deus. Sabe que é à Trindade Santa que ele está ofertando o Sacrifício do Corpo e Sangue do Senhor. Sabe que o ritual por ele desempenhado tem valor infinito, e Deus é digno de ser infinitamente adorado. Sabe que toda a Igreja está com ele; que a Santa Missa transcende o tempo e o espaço e o coloca diante do Trono Eterno do Altíssimo. Sabe tudo isso e, por isso, porta-se como convém. Mesmo numa igreja em ruínas.

Será pedir muito encontrar este zelo nos sacerdotes dos nossos dias? Será sonhar muito alto querer que os ministros do Deus Altíssimo sejam ciosos das coisas sagradas, inflamados de um santo desejo da glória de Deus e da salvação das almas? Rezemos ao Senhor da Messe, para que nos mande bons trabalhadores. E elevemos os olhos para os Céus, de onde nos virá o nosso socorro. Esperemos em Deus. Nunca nos esqueçamos dessa verdade tantas vezes repetidas na Liturgia da Santa Igreja: adjutorium nostrum in nomine Domini / qui fecit coelum et terram.